Tentamos sair cedo de Goiânia, mas o GPS, que continua sem carregar, e o trânsito insuportável da cidade nos atrasaram, mas atrasaram muito. Se eu já estava preocupada com essa perna, fiquei mais ainda. Só conseguimos sair de Goiânia perto das 9h. E o pior, a rota que eu tinha mandava a gente ir pela BR070 e o google maps nos colocou na GO060. E aí, o que fazer? Paramos num Posto da Polícia Rodoviária e fomos muito bem atendidos por uma policial que nos disse que podíamos continuar na GO060. Meu povo, as estradas de Goiás estão bem acabadinhas e passam por dentro de várias cidades. Seguimos nos virando. O GPS precisa voltar a funcionar, a nossa sorte foi que consegui conexão com a internet em vários lugares e pude usar o google maps.
Que os goianos me desculpem, mas não me dei com o estado de Goiás. Finalmente, cruzamos a fronteira e entramos no estado do Mato Grosso.
Pegamos a BR251, andamos 140km e não tinha um posto de gasolina, acreditem. Por segurança, Ricardo diminuiu um pouco a velocidade da moto, mas finalmente o posto apareceu e enchemos o tanque. Essa área sem postos é uma área com reservas indígenas, não sei se tem alguma coisa a ver. Tanque cheio, seguimos em direção à Chapada.
Quando estávamos abastecendo em Primavera do Leste, parou um carro ao nosso lado com um casal, a mulher estava amamentando um bebê de 56 dias, fofo. Ele começou a conversar com a gente dizendo que tinha tentado falar com Beto que não tinha conseguido falar com a gente... não entendemos nada. Desfeita a confusão, Beto é um amigo dele que pediu para ele dar uma força a um casal que tinha saído do Espírito Santo, numa moto igual a de Ricardo, rumo a Cusco. Explicamos que nós não éramos o casal, mas continuamos a conversa, porque ele também é motociclista. Por coincidência, ele e mais três amigos tinham acabado de chegar de uma viagem de mototurismo que passou por Cusco e Puno, no Peru, e pelo Deserto do Atacama, no Chile. A viagem deles durou quase 50 dias.
Seguimos para a Chapada e quando estávamos bem perto daqui comecei a me divertir com as nuvens do céu, elas parecem diferentes. Acho que a falta de poluição, a altitude, ou nada mesmo, dá um efeito encantador à elas. Chegamos aqui já com o sol se pondo, um visual lindo.
Entramos na cidade, paramos para achar a pousada e mais uma vez um motociclista, que estava andando de bicicleta, ofereceu ajuda e nos trouxe até a Pousada Villa Guimarães. Ele é amigo de Paulo, o dono daqui, que conhecemos agora à noite. Atendimento e instalações ótimas. Como diz Ricardo: "É dez!"
Nossos amigos nos indicaram um lugarzinho gostoso para a gente jantar, Cantinho da Gula, aprovado.
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